sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Revista Espirita 1858 Introdução 1ª edição

REVISTA ESPIRITA 1858 1ª EDIÇÃO ( TRECHO )


Introdução

Revista Espírita, janeiro de 1858

A rapidez com a qual se propagaram, em todas as partes do mundo, os fenômenos estranhos

das manifestações espíritas, é uma prova do interesse que causam. Simples objeto de

curiosidade, a princípio, não tardaram em despertar a atenção dos homens sérios que

entreviram, desde o início, a influência inevitável que devem ter sobre o estado moral da

sociedade. As idéias novas que deles surgem, se popularizam cada dia mais, e nada poderia

deter-lhes o progresso, pela razão muito simples de que esses fenômenos estão ao alcance

de todo mundo, ou quase todo, e que nenhuma força humana pode impedi-los de se

produzirem. Se os abafam em algum ponto, eles reaparecem em cem outros. Aqueles, pois,

que poderiam, nele, ver um inconveniente qualquer, serão constrangidos, pela força das

coisas, a sofrer-lhes as conseqüências, como ocorreu com as indústrias novas que, na sua

origem, feriram interesses privados, e com as quais todo o mundo acabou por se ajeitar,

porque não se poderia fazer de outro modo. O que não se fez e disse contra o magnetismo!

E, todavia, todos os raios que se lançaram contra ele, todas as armas com as quais o

atingiram, mesmo o ridículo, se enfraqueceram diante da realidade, e não serviram senão

para colocá-lo mais e mais em evidência. É que o magnetismo é uma força natural, e que,

diante das forças da Natureza, o homem é um pigmeu semelhante a esses cãezinhos que

ladram, inutilmente, contra o que os assusta. Há manifestações espíritas como a do

sonambulismo; se elas não se produzem à luz do dia, publicamente, ninguém pode se opor a

que tenham lugar na intimidade, uma vez que, cada família, pode achar um médium entre

seus membros, desde a criança até o velho, como pode achar um sonâmbulo. Quem, pois,

poderia impedir, a qualquer pessoa, de ser médium ou sonâmbula? Aqueles que combatem a

coisa, sem dúvida, não refletiram nela. Ainda uma vez, quando uma força é da Natureza,

pode-se detê-la um instante: aniquilá-la, jamais! Não se faz mais do que desviar-lhe o curso.

Ora, a força que se revela no fenômeno das manifestações, qualquer que seja a sua causa,

está na Natureza, como a do magnetismo; não será aniquilada, pois, como não se pode

aniquilar a força elétrica. O que é preciso fazer, é observá-la, estudar-lhe todas as fases para,

delas, deduzir as leis que a regem. Se for um erro, uma ilusão, o tempo lhe fará justiça; se


for a verdade, a verdade é como o vapor: quanto mais se comprime, maior é a sua força de


expansão.

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