domingo, 19 de dezembro de 2010

Ainda sobre a proibição de Evocar-se os Mortos Livro dos Mediuns 30 e 31

30. Convirá se procure convencer a um incrédulo obstinado? Já dissemos que
isso depende das causas e da natureza da sua incredulidade. Muitas vezes, a insistência
em querer persuadi-lo o leva a crer em sua importância pessoal, o que, a seu ver,
constitui razão para ainda mais se obstinar. Com relação ao que se não convenceu pelo
raciocínio, nem pelos fatos, a conclusão a tirar-se é que ainda lhe cumpre sofrer a prova
da incredulidade. Deve-se deixar à Providência o encargo de lhe preparar circunstâncias
mais favoráveis. Não faltam os que anseiam pelo recebimento da luz, para que se esteja
a perder tempo com os que a repelem.
Dirigi-vos, portanto, aos de boa-vontade, cujo número é maior do que se pensa,
e o exemplo de suas conversões, multiplicando-se, mais do que simples palavras,
vencerá as resistências. O verdadeiro espírita jamais deixará de fazer o bem. Lenir
corações aflitos; consolar, acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a sua
missão. E nisso também que encontrará satisfação real. O Espiritismo anda no ar;
difunde-se pela força mesma das coisas, porque toma felizes os que o professam.
Quando o ouvirem repercutir em tomo de si mesmos, entre seus próprios amigos, os
que o combatem por sistema compreenderão o insulamento em que se acham e serão
forçados a calar-se, ou a render-se.

31. Para, no ensino do Espiritismo, proceder-se como se procederia com relação ao das ciências ordinárias, preciso fora passar revista a toda a série dos fenômenos que possam produzir-se, começando pelos mais simples, para chegar sucessivamente aos mais complexos. Ora, isso não é possível, porque possível não é fazer-se um curso de Espiritismo experimental, como se faz um curso de Física ou de Química. Nas ciências naturais, opera-se sobre a matéria bruta, que se manipula à vontade, tendo-se quase sempre a certeza de poderem regular-se os efeitos. No Espiritismo, temos que lidar com inteligências que gozam de liberdade e que a cada instante nos provam não estar submetidas aos nossos caprichos. Cumpre, pois, observar, aguardar os resultados e colhê-los à passagem. Daí o declararmos abertamente que quem quer que blasone de os obter à vontade não pode deixar de ser ignorante ou impostor. Daí vem que o verdadeiro Espiritismo jamais se dará em espetáculo, nem subirá ao tablado das feiras.



Há mesmo qualquer coisa de ilógico em supor-se que Espíritos venham exibir-se e submeter-se a investigações, como objetos de curiosidade. Portanto, pode suceder que os fenômenos não se dêem quando mais desejados sejam, ou que se apresentem numa ordem muito diversa da que se quereria. Acrescentemos mais que, para serem obtidos, precisa se faz a intervenção de pessoas dotadas de faculdades especiais e que estas faculdades variam ao infinito, de acordo com as aptidões dos indivíduos. Ora, sendo extremamente raro que a mesma pessoa tenha todas as aptidões, isso constitui uma nova dificuldade, porquanto mister seria ter-se sempre à mão uma coleção completa de médiuns, o que absolutamente não é possível.



O meio, aliás, muito simples, de se obviar a este inconveniente, consiste em se começar pela teoria. Aí todos os fenômenos são apreciados, explicados, de modo que o estudante vem a conhecê-los, a lhes compreender a possibilidade, a saber em que condições podem produzir-se e quais os obstáculos que podem encontrar. Então, qualquer que seja a ordem em que se apresentem, nada terão que surpreenda. Este caminho ainda oferece outra vantagem: a de poupar uma imensidade de decepções àquele que queira operar por si mesmo. Precavido contra as dificuldades, ele saberá manter-se em guarda e evitar a conjuntura de adquirir a experiência à sua própria custa.



Ser-nos-ia difícil dizer quantas as pessoas que, desde quando começamos a ocupar-nos com o Espiritismo, hão vindo ter conosco e quantas delas vimos que se conservaram indiferentes ou incrédulas diante dos fatos mais positivos e só posteriormente se convenceram, mediante uma explicação

fonte livro dos Mediuns 30 e 31

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